quinta-feira, janeiro 21, 2010

Número de Incensações:

A IGMR não define o número de ictos que se deve utilizar na celebração da Santa
Missa, portanto para evitar quaisquer dúvidas, fica o excerto do documento sobre a
incensação:
276. O queimar incenso ou a incensação exprime reverência e oração, como vem
significado na Sagrada Escritura (cf. Salmo 140, 2; Ap 8,3).
Pode usar-se o incenso em qualquer forma de celebração da Missa:
a) durante a procissão de entrada;
b) no princípio da Missa, para incensar a cruz e o altar;
c) na procissão e proclamação do Evangelho;
d) depois de colocados o pão e o cálice sobre o altar, para incensar as oblatas, a cruz,
o altar, o sacerdote e o povo;
e) à ostensão da hóstia e do cálice, depois da consagração.
277. O sacerdote, ao pôr o incenso no turíbulo, benze-o com um sinal da cruz, sem
dizer nada.
Antes e depois da incensação, faz-se uma inclinação profunda para a pessoa ou coisa
incensada, excepto ao altar e às oblatas para o sacrifício da Missa.
Incensam-se com três ductos do turíbulo: o Santíssimo Sacramento, as relíquias da
santa Cruz e as imagens do Senhor expostas à veneração pública, as oblatas para o
sacrifício da Missa, a cruz do altar, o Evangeliário, o círio pascal, o sacerdote e o povo.
Com dois ductos incensam-se as relíquias e imagens dos Santos expostas à
veneração pública, e só no início da celebração, quando se incensa o altar.
A incensação do altar faz-se com simples ictus do seguinte modo:
a) se o altar está separado da parede, o sacerdote incensa-o em toda a volta;
b) se o altar não está separado da parede, o sacerdote incensa-o primeiro do lado
direito e depois do lado esquerdo.
Se a cruz está sobre o altar ou junto dele, é incensada antes da incensação do altar;
aliás, é incensada quando o sacerdote passa diante dela.
O sacerdote incensa as oblatas com três ductos do turíbulo, antes de incensar a cruz
e o altar, ou fazendo, com o turíbulo, o sinal da cruz sobre as oblatas
Para o desempenho das nossas funções, utilizamos o seguinte esquema
(utilizado na Sé Patriarcal – Lisboa):
Incensa-se com 3 ductus de 3 ictos:
• O Santíssimo Sacramento;
• À elevação da hóstia e do Cálice;
• Durante a bênção do Santíssimo;
• As relíquias da Santa Cruz e as imagens do Senhor;
• As oblatas para o sacrifício da Missa;
• A cruz do altar;
• O Evangeliário;
• O círio pascal (na vigília);
• O que preside, se for o Bispo.
Incensa-se com 3 ductos e 2 ictos:
• O que preside à celebração (presbítero)
• Os concelebrantes e o diácono
• O povo

6. A quem incensa o Acólito

Na ausência do diácono, o acólito apresenta o turíbulo ao celebrante, acompanha-o
na incensação e depois incensa o celebrante e o povo.
7. Quando e como se incensa
O incenso pode usar-se em qualquer forma de celebração da Missa: durante a
procissão de entrada; no princípio da Missa, para incensar a cruz e o altar; na procissão
e proclamação do Evangelho; depois de colocados o pão e o cálice sobre o altar, para
incensar as oblatas, a cruz, o altar, o sacerdote e o povo; ao serem mostrados a hóstia e
o cálice, depois da consagração.
Antes e depois da incensação, o acólito faz uma inclinação profunda para a pessoa ou
coisa incensada, e incensa com três ductos do turíbulo a hóstia e o cálice, o sacerdote e
o povo.

Nota:
Sem mover o corpo nem deslocar a mão esquerda, levanta a uma certa distância de
si, o turíbulo à altura dos olhos – esta elevação chama-se ductos – e baloiça de frente
para cima – este movimento chama-se ictos.

4. O turíbulo e a naveta nas procissões

Nas procissões, o acólito leva o turíbulo na mão direita, da forma como se explicou
antes, um pouco aberto, para que as brasas não se apaguem nem saltem para fora, e
agita-o lentamente da direita para a esquerda. Na mão esquerda leva a naveta, à altura
do peito.
No caso de serem dois acólitos, o que vai na fila da direita da procissão leva o turíbulo
na mão direita e o que vai na fila da esquerda leva a naveta na mão esquerda. Se for
este o caso, ambos os acólitos levam a mão livre poisada no peito. Poderá ocorrer o
inverso do que foi dito acima, pelo que basta inverter a ordem.

5. Como se entrega o turíbulo ao que vai incensar
Põe-se-lhe na mão esquerda a parte superior das correntes e o turíbulo na direita.

3. Como se pega no turíbulo e na naveta

Como se pega no turíbulo e na naveta quando se põe incenso no queimador? O acólito
sustenta o turíbulo com a mão esquerda, apertando a extremidade superior das
correntes de modo que o disco fique apoiado no polegar e no indicador, e com a mão
direita segura a naveta. Quando se aproxima o momento de impor incenso no turíbulo, o
acólito entrega a naveta a outro acólito, com a abertura voltada para si.

Como se abre o turíbulo? O acólito puxa para cima pela argola, com a mão direita, a
corrente que sustenta a tampa, de modo que esta fique levantada cerca de um palmo. A
seguir pega com a mesma mão nas correntes, junto da parte superior da tampa, e
levanta o turíbulo até à altura devida, pousando sobre o peito a mão esquerda que
sustenta a outra extremidade das correntes.

Como se impõe o incenso e se fecha o turíbulo? O acólito que tem a naveta apresentaa
ao celebrante, com a tampa aberta e voltada para este. O celebrante toma a colher e
impõe o incenso, benzendo-o com o sinal da cruz. Então o acólito baixa o turíbulo, e
deixa descer lentamente a tampa, de modo a ficar bem adaptada ao queimador, passa a
extremidade das correntes para a mão direita, recebe a naveta com a esquerda e vai
para a frente da procissão.

2. Como se prepara o turíbulo



O acólito do turíbulo chama-se turiferário. Esta palavra, assim como o termo turíbulo,
vêm do latim «thus, thuris», que quer dizer incenso. O turiferário é o acólito que, na
procissão de entrada da Missa e na procissão com o evangeliário, vai à frente de todos,
precedendo a cruz e os círios. Em vez de "turiferário" nós diremos sempre "acólito".
A primeira coisa que o acólito faz é preparar o turíbulo. E isso leva algum tempo, pelo
que deve chegar à igreja com a devida antecedência, mais cedo do que todos os outros
acólitos.
No caso de o turíbulo precisar de ser limpo, é por ai que o acólito começa. Depois levao
e vai buscar brasas acesas. Para isso precisa de ter combinado a hora com quem as
prepara, para estarem prontas.
Em vez de brasas acesas podem utilizar-se pastilhas de carvão. Nesse caso acende-se
uma vela e coloca-se uma pastilha em contacto directo com a chama. Quando estiver
acesa, põe-se no incensador, levanta-se um pouco a tampa, e baloiça-se o turíbulo para
que o oxigénio alimente a combustão.
Para evitar que as correntes se enrolem, nunca se deve poisar o turíbulo no chão, mas
mantê-lo sempre suspenso.

1. O incenso, a naveta e o turíbulo

O incenso é uma resina (planta boswellia cartierii) que, depois de seca, se apresenta
sob a forma de pequenos grãos. Extrai-se de uma árvore de origem oriental. Quando se
queima produz um cheiro agradável. Entre as coisas que os Magos do Oriente trouxeram,
quando vieram adorar o Menino Jesus, contava-se o incenso. Porquê? Por ser um produto
caro, que só se queimava diante das estátuas dos deuses ou do imperador, como sinal
de adoração. Ao oferecerem incenso ao Menino, os Magos queriam dizer que Ele era
Deus.

O incenso que se usa na liturgia leva-se na naveta, que tem este nome por ser em
forma de nave pequena. Vai sempre acompanhada de uma pequena colher, gue serve
para deitar o incenso sobre as brasas acesas.

O turíbulo é uma esfera de metal cortada ao meio. A parte de baixo, que é o
queimador, é suspensa por três correntes também de metal, que terminam no disco.
Dentro da esfera pode haver ou não um pequeno braseiro, que serve para colocar as
brasas acesas e para receber o incenso. A parte de cima é em forma de tampa, com
muitos orifícios, por onde sai o fumo do incenso. A tampa levanta-se por meio de uma
terceira corrente, que passa pelo meio do disco e termina numa argola.

sábado, janeiro 16, 2010

Sobre o Silêncio na liturgia

Cardeal Eugenio de Araujo Sales

Prezados ouvintes,

Vivemos em uma civilização profundamente marcada pelo ruído. Há um vozerio por toda parte. A técnica moderna, com extraordinária rapidez, cria instrumentos que enchem os ouvidos e também os olhos com tudo o que ocorre aqui e no mais distante recôndito do mundo. Cada vez mais se torna difícil o silêncio interior e exterior. No entanto, ele é importante para nossa saúde física, mental e, especialmente, espiritual.

Muitos sentem a necessidade de superar essa escravizante estrutura de nossa sociedade moderna. Buscam um ambiente de calma para unir-se a Deus ou mesmo para refletir sobre sua vida e os problemas cotidianos. Na parte religiosa, a Igreja deve preservar nos templos, de modo permanente, um clima de tranquilidade. São oásis mais valiosos hoje, quando a movimentação nas ruas e até nos lares é massificante. Durante o culto, os cânticos, leituras e aclamações, indispensáveis para fortificar uma convivência realmente comunitária, não excluem os momentos de meditação. Em um e outro caso, a Casa de Deus deve oferecer ao coração agitado a oportunidade de usufruir um intenso contato com o divino. Sem recolhimentos, frequentes e profundos, é impensável a sobrevivência e o progresso de uma vida cristã coerente e dinâmica, num mundo que frequentemente repele a mensagem decorrente do Evangelho.

Santo Ambrósio, ao tratar desse assunto, em sua época (século IV) que poderíamos chamá-la de absolutamente silenciosa em comparação com os nossos dias, chega a afirmar: “O diabo busca o barulho, Cristo, o silêncio”. Assim, que dizer hoje do ruído nas cerimônias litúrgicas? Certamente, os elevados decibéis são um aferidor dos obstáculos do encontro do homem consigo mesmo e Deus. Recordo os falsos profetas que gritavam sem serem ouvidos e que Elias ironicamente estimulava: “Gritai com mais força (…) ele é deus, (…) mas certamente estará dormindo (…)” (1Rs 18,27).

Do extremo de um imobilismo, fruto do individualismo passa-se para o outro igualmente condenável. Neste, a estridência dos sons de instrumentos que enervam não eleva a Deus o coração do fiel. E os promotores muitas vezes não são advertidos, pois se apresentam com o falso salvo-conduto de observantes das orientações conciliares. Não me refiro à missa para jovens, mas simplesmente ao bom-senso. Evidentemente, um auditório composto de pessoas em idade juvenil terá um comportamento diverso do de outras faixas etárias. No entanto, mesmo assim, há limites.

Em nossos dias, urge relembrar a importância de um ambiente que favoreça o contato com o divino nas cerimônias religiosas e lugares sagrados, não como fim, mas como meio válido de fecundo encontro com Deus ou manifestação de respeito à casa do Senhor.

O Concílio Vaticano II, na Constituição “Sacrosanctum Concilium” sobre a Sagrada Liturgia (nº 30), ao tratar das normas que derivam da natureza hierárquica e comunitária da liturgia, conclui: “A seu tempo, seja guardado o sagrado silêncio”.

A justa ênfase na prática da renovação conciliar facilmente levou a exageros na comunicação entre os fiéis, quer nos atos oficiais, quer em outros momentos na igreja. E isso, às custas do ambiente convidativo à prece, inclusive pessoal, que deve reinar nos lugares santos, mesmo quando não há celebrações. Nos documentos posteriores ao Concílio, verificamos uma revalorização do silêncio, ao menos em certas circunstâncias, como indica a Instrução Geral do Missal Romano (3 de abril de 1969): “Oportunamente, como parte da celebração deve-se observar o silêncio sagrado” (nº 23).

A Escritura nos proporciona poderosa argumentação em favor de um grande esforço para restabelecer, em nossas igrejas, um clima de paz, em suma, de oração. Podemos constatar o significativo encontro de Elias com o Senhor, no Monte Horeb: “este não se encontrava no vento, nem no terremoto, nem no fogo e sim no ‘murmúrio de uma brisa’” (1Rs 19,9-15). E também quando o profeta Sofonias conclamava o povo: “Silêncio diante do Senhor!” (Sf 1, 7).

Na bela obra de Romano Guardini sobre a Missa, o capítulo I tem por título: “O silêncio”. Explica a razão de iniciar o livro com esse assunto: “Este livro trata da liturgia. Ora, se me perguntassem onde começa a vida litúrgica, eu responderia: com o aprendizado do silêncio. Sem ele, nada se obtém de válido (…). É a primeira condição para uma ação sagrada” (“La messe”, cap. I, pág. 20).

O recolhimento nas igrejas, dentro e fora do culto, só poderá existir se for fielmente observado por todos. Facilmente se deduz como é nocivo ter em torno de si pessoas que falam ou se movimentam ruidosamente. O templo é de todos e ninguém possui o direito de prejudicar o próximo.

Na observância do que é permitido e até normal, pode estar inserido algo que sirva de obstáculo à prece e união com o divino. Cito como exemplo a maior ou menor intensidade dos tons de certos instrumentos e a preservação do momento da saudação da paz, antes da Comunhão. Às vezes, ao desejá-la, nós o fazemos como se estivéssemos na via pública.

Temos necessidade de maior contato com o Altíssimo. Decorre daí a utilidade do exercício do silêncio, de modo particular em nossas igrejas. Nessa oportunidade nós homenageamos o Senhor, afastando interior e exteriormente a agitação do mundo. E as manifestações da comunidade devem ser fecundadas por uma atitude que favoreça o íntimo contato com Deus.

Cardeal Eugenio de Araujo Sales
Arcebispo Emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro
23/10/2009

sábado, janeiro 09, 2010

As funções Mitrífero e Baculífero


O Mitrífero é o coroinha que conduz a mitra do bispo numa celebração. Geralmente o mitrífero na procissão de entrada e saída fica atrás do bispo. Numa celebração o bispo usa a mitra nos seguintes momentos: nas procissões de entrada e saída, quando está sentado, quando faz a homilia, quando faz as saudações, as alocuções e os avisos, e quando abençoa solenemente o povo.
Já o baculífero é quem leva o báculo do bispo e fica também atrás do bispo nas procissões de entrada e saída. Na Missa, o bispo usa habitualmente o báculo nas procissões de entrada e saída, para ouvir a leitura do Evangelho e fazer a homilia.